Pane na máquina do tempo

E eis que surjo;

sujo como meus iguais,

triste como tem que ser

a vida de quem não sabe o que quer.

Há apenas lembranças...

(de tempos incomuns,

fantazias alegóricas)

...lembranças dos seios

das meninas do egito,

aquela terra de lindas peles negras.

Ou quando em outros tempos

eu guerreava à frente

dos exércitos persas.

Quando saqueava,

e roubava peças.

Sem pedir licença, invadia

pernas e inchava ventres alheios.

Há lembranças minhas

de ter eu pisado em solo grego,

de agregar novas idéias

aos meus poucos conceitos.

E depois de ser soldado,

e depois de minha espada

ter espetado muitos peitos,

pensei eu, ter chegado a hora

de reinar sobre os povos,

ser único no mundo...

Mas fui remetido a outros

tempos desordenados.

Então, fui dinossauro,

fui vampiro.

Ajudei a derrubar os alemães,

a erguer os jardins

de Nabucodonosor.

E a muito eu tento

me encontrar no meio de tantas coisas.

E a muito conheço e desconheço

mil pessoas.

E me perco a caminho

de mim mesmo.

Dil Erick
Enviado por Dil Erick em 30/07/2005
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