UM BRINDE!

Aos céleres dias em que cozi minha vida,

Dias de opróbrio e de infâmia,

Dias em que era vergonhoso dizer “te amo”,

A estes dias dedico os meus versos.

Não ao futuro que se nos descortina acre e temerário,

Ao qual só nos convêm as rezas e as pesquisas

Em que ciência e religião enlaçam as mãos

Par vaticinarem as desgraças de nossa existência.

Também não os dedico ao presente,

Este momento circunstacioso e improvável

Anfitrião que insiste em nos receber encapuzado

E senta ante nós silencioso a espera de uma palavra

Para a qual nunca estaremos preparados.

Eu canto ao passado... ao meu passado,

Uma vitrine em que exponho erros imperdoáveis,

Erros em que se veem nas etiquetas valores absurdos,

Todos erros de grife que prescindem de latumiações,

Admiro-os sem pudor, pois jamais desconfiariam

Os companheiros que me circundam ante a vitrine

Que os devolvi a loja por não ter como pagá-los.

Saúde!

Saulo Palemor
Enviado por Saulo Palemor em 18/09/2012
Reeditado em 09/03/2013
Código do texto: T3887838
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