Dançando Ao Luar
Sigo na viagem insólita...
Sinto a dor pela paisagem que se perde na janela...
De nada sei, só que é imprescindível que eu vá...
Mesmo inerte me sinto subtraida ao compasso do tempo,
sem nenhum contratempo,
que me distraia, roube-me a atenção, do crú de tudo...
Irremediavelmente a seguir
me arrastando leviana...
Não resisto, não questiono...
Folha ao vento em abandono
Me deixo ir... Ir... Ir...
Penso na inutilidade de um esforço
se a voragem me engole...
O corpo inerte e a alma em turbilhão...
Sem caução que me assegure
terra firme ou porto seguro,
muro ou escudo,
meio ao tudo,
em carne viva...
Não faço questão da metarmorfose...
Bebo a dose da taça...
Acho até graça que isso acabe em nada...
Entranho pelo labirinto de sendas, lendas e rendas...
Dou de ombros,
Danço ao luar...