Dançando Ao Luar

Sigo na viagem insólita...

Sinto a dor pela paisagem que se perde na janela...

De nada sei, só que é imprescindível que eu vá...

Mesmo inerte me sinto subtraida ao compasso do tempo,

sem nenhum contratempo,

que me distraia, roube-me a atenção, do crú de tudo...

Irremediavelmente a seguir

me arrastando leviana...

Não resisto, não questiono...

Folha ao vento em abandono

Me deixo ir... Ir... Ir...

Penso na inutilidade de um esforço

se a voragem me engole...

O corpo inerte e a alma em turbilhão...

Sem caução que me assegure

terra firme ou porto seguro,

muro ou escudo,

meio ao tudo,

em carne viva...

Não faço questão da metarmorfose...

Bebo a dose da taça...

Acho até graça que isso acabe em nada...

Entranho pelo labirinto de sendas, lendas e rendas...

Dou de ombros,

Danço ao luar...

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 17/09/2012
Código do texto: T3885630
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.