O Ventilador
Zunido persistente
Do ventilador
Que espalha os pensamentos
E faz voar os papéis.
Preso ao teto
Como o coração á razão
Que girando desliza o vento
E afaga corpos calorentos.
Ah! Essas hélices alienadas
Sempre na mesma direção
Não poderiam ter outra utilidade?
Talvez
Nas mãos do artesão.
Mas zunido persistente
Do ventilador
Fez até nascer poesia
Em noite de solidão.