COMBUSTÍVEL

COMBUSTÍVEL

Gotas cristalinas de puro brilho

Pousaram leve na poesia

Que em mim letargicamente dormia

Arrastava-se pela alma

Recusando-se olhar na janela do papel

Para não se submeter aos ventos da tinta

Que as transformariam em poemas de amor,

De saudade, de admiração

ou de qualquer outro sentimento real.

Faltavam-lhes vida

E Quando chegava a hora de povoar o mundo

Recolhiam-se atrás de um muro cinzento

e empurravam outras letras

Ao precipício da nudez

para que não fossem desvendadas

Para que não soubessem as outras

Que elas estavam guardadas

Esperando pelo seu olhar...

Gotas cristalinas , se vocês fossem mar...

Eu seria poeta!

Conceição Castro
Enviado por Conceição Castro em 15/09/2012
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