COMBUSTÍVEL
COMBUSTÍVEL
Gotas cristalinas de puro brilho
Pousaram leve na poesia
Que em mim letargicamente dormia
Arrastava-se pela alma
Recusando-se olhar na janela do papel
Para não se submeter aos ventos da tinta
Que as transformariam em poemas de amor,
De saudade, de admiração
ou de qualquer outro sentimento real.
Faltavam-lhes vida
E Quando chegava a hora de povoar o mundo
Recolhiam-se atrás de um muro cinzento
e empurravam outras letras
Ao precipício da nudez
para que não fossem desvendadas
Para que não soubessem as outras
Que elas estavam guardadas
Esperando pelo seu olhar...
Gotas cristalinas , se vocês fossem mar...
Eu seria poeta!