Simbólico e Antigo
Quando o pássaro vermelho viajou,
Despontando pelo céu da Alvorada,
Suas penas farfalharam ensolaradas
E dourado ele assim tornou.
Quando o pássaro dourado viajou,
Despontando ao meio dia, passada
Longa e despida de gilhão, libertada,
Era branco, ele assim tornou.
Quando o pássaro branco viajou,
Despontando na tarde esguia, fechada,
Seus motivos eram sinceros. Azuladas
E verdes penas, assim tornou.
Quando o pássaro verde-azul viajou
Era noite íngreme, tão calada
E num suspiro triste ele vagava
E era negro quando regressou.
Pássaros à meia noite brilham mais
E em seus olhos, ainda que negros,
Jazem um branco sossego...
Se estendendo para o jamais.
Se for algo, é simbólico e antigo
Se for algo, é do segredo amigo.
Passam suas estações, mas permanece.
Esses deuses ou santos merecem.
Cinco pontas, água, terra, fogo, ar
Vazio, são os frutos do pomar
Os santas que adoram o pombo
Amam o mar, Elas amam amar.
Se for algo, é simbólico e antigo
Se for algo, é do segredo amigo.
Passam suas estações, mas permanece.
Esses deuses, ou santos, merecem.
Se é Pedro, É posseidon, é Netuno.
Se é Maria, é Athena, é Juno.
Mudam as eras mudam os nomes
Mas não mudam, nunca mudam os homens.
Quando o pássaro sem cor viajou,
Despontando ao espaço, escuro
Longe, do fanatismo seguro
Só assim é...
Simbólico, antigo e puro.