A EXEMPLO DO AZULÃO

Eu vou contar uma história

Bem parecida com a minha

De um azulão que cantava

Do começo ao fim do dia

Sentei em um lugar discreto

Pois dali tudo eu ouvia

A algazarra dos bichos

E uma linda melodia

E um bando de tico-tico

Sentou em um pé de “cocão”

Numa algazarra infernal

para atrapalhar a canção

Mas quanto mais aumentava

Aquela vil provocação

Mais forte e doce se ouvia

O cantar deste azulão

E um papagaio que há horas

Tudo aquilo estava olhando

Não compreendendo ele foi

Ao azulão perguntando

Porque quando estes garotos

O teu cantar estão vaiando

Tu faz que não os escuta

E segue sempre cantando?

E numas voltas sonoras

O azulão respondeu

Saiba que é com muito gosto

Que atendo o pedido seu

Eu tenho bastante idéia

E força no peito meu

E não adianta invejarem

Pois é dom que DEUS me deu

Quando a pouco eu cantava

Pensando não ser ouvido

Um sabiá que escutava

Em um capoeirão escondido

Veio e disse, muito bem

O teu cantar esta lindo

E elogiando o meu canto

Se foi embora sorrindo

Pelo príncipe do canto

Foi elogiado o meu bico

Por isto é que á cantar

Nesta vida eu me dedico

Pois sou livre neste mundo

E aonde quiser eu fico

Porque eu nunca farei caso

Das vaias dos tico-ticos

Os tico-ticos vaiaram

O cantar deste azulão

Tentaram magoa-lo a custo

Mas não conseguiram não

E os tico-ticos malvados

Receberam esta lição

De que tudo se consegue

Com fé e determinação

Existe muito em comum

Entre eu e este azulão

Pois tentam me magoar

Porem não dou atenção

E me esmero nas rimas

Com amor e dedicação

Enviando minhas poesias

Aos confins desta nação

Silvestre Araujo
Enviado por Silvestre Araujo em 12/09/2012
Código do texto: T3878763
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