A EXEMPLO DO AZULÃO
Eu vou contar uma história
Bem parecida com a minha
De um azulão que cantava
Do começo ao fim do dia
Sentei em um lugar discreto
Pois dali tudo eu ouvia
A algazarra dos bichos
E uma linda melodia
E um bando de tico-tico
Sentou em um pé de “cocão”
Numa algazarra infernal
para atrapalhar a canção
Mas quanto mais aumentava
Aquela vil provocação
Mais forte e doce se ouvia
O cantar deste azulão
E um papagaio que há horas
Tudo aquilo estava olhando
Não compreendendo ele foi
Ao azulão perguntando
Porque quando estes garotos
O teu cantar estão vaiando
Tu faz que não os escuta
E segue sempre cantando?
E numas voltas sonoras
O azulão respondeu
Saiba que é com muito gosto
Que atendo o pedido seu
Eu tenho bastante idéia
E força no peito meu
E não adianta invejarem
Pois é dom que DEUS me deu
Quando a pouco eu cantava
Pensando não ser ouvido
Um sabiá que escutava
Em um capoeirão escondido
Veio e disse, muito bem
O teu cantar esta lindo
E elogiando o meu canto
Se foi embora sorrindo
Pelo príncipe do canto
Foi elogiado o meu bico
Por isto é que á cantar
Nesta vida eu me dedico
Pois sou livre neste mundo
E aonde quiser eu fico
Porque eu nunca farei caso
Das vaias dos tico-ticos
Os tico-ticos vaiaram
O cantar deste azulão
Tentaram magoa-lo a custo
Mas não conseguiram não
E os tico-ticos malvados
Receberam esta lição
De que tudo se consegue
Com fé e determinação
Existe muito em comum
Entre eu e este azulão
Pois tentam me magoar
Porem não dou atenção
E me esmero nas rimas
Com amor e dedicação
Enviando minhas poesias
Aos confins desta nação