Enviesado

Bebo o a delícia da vida

e desprezo a exatidão...

Eu ralo os meus pés no chão

e a alma nestas pedras...

Dificuldades não medram,

o meu seguir bem ousado...

Não quero o riso dosado...

Quero abusar deste insumo

ir além dos prós, limites

que sempre impõe a razão...

...remexo esse caldeirão

gasto o último tostão

e depois transformo em arte...

Talvez meu viver prolixo

carregado de sentidos

não me exonere da dor...

Mas me coloco ao dispor

dos dados sobre essa mesa...

Mesmo sem louros, ao viés,

me entrego ao risco, ao revés...

Depois, não sei, como todos...

Giro ao giro dessa orbe...

Não me alicia um engodo...

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 06/09/2012
Reeditado em 14/03/2014
Código do texto: T3868219
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