PASSOS FANTASMAS
O manto negro cobre a cidade
Luzes bruxuleantes,
Brilham timidamente
Nos casarios, ao lado dos canais
Almas algemadas ao passado
Se recusam a deixar o lugar destinado.
Madrugada alta e fria
Lamentos e lágrimas deixam eco
Gondoleiros evitam passar por perto
Das águas que engoliram vidas.
Por entre os turvos canais
Habitam muitos imortais
Em passos fantasmas,
Arrastam pesadas correntes
Feitas de tragédias e dores
Resultado de muitos desamores.
(Foto da autora- Noite em Veneza)