AMOR DE MATAR

Se amor nos faz viver, amor nos

mata (Junqueira Freire)

Tantos anos se passaram

Tantos desenganos

Tanto panos pelo chão

Saudades vão entrando

Mansamente tenho-te de volta

Me escolta

Me ausculta minha paixão

Me transforma

Moldes de minhas juntas

Juntinhos nos amamos tanto

Juntamos nossas pecinhas sem empecilhos

Configuramos galinhas bicando os milhos

Estribilhos de lembranças

Danças no salão

Bailados pelo coração

De grão em grão

Te amo

Encarnações

Já nem me lembro

Quantas gestações

Para te achar

Rubriquei minha alma

Estou endividado até nos astral

Mais nada na dor me arrasta

Por tudo minha vida esvoaça

E para sempre em ti me perderia...

Quando me apareces pela porta

Emoldurada por prados e pinturas sinto que

Pincelaram por entre tuas asas

O meu anjo da guarda surreal

Guardião de meu único e eterno portal... O verdadeiro AMOR.

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 31/08/2012
Reeditado em 01/09/2012
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