AMOR DE MATAR
Se amor nos faz viver, amor nos
mata (Junqueira Freire)
Tantos anos se passaram
Tantos desenganos
Tanto panos pelo chão
Saudades vão entrando
Mansamente tenho-te de volta
Me escolta
Me ausculta minha paixão
Me transforma
Moldes de minhas juntas
Juntinhos nos amamos tanto
Juntamos nossas pecinhas sem empecilhos
Configuramos galinhas bicando os milhos
Estribilhos de lembranças
Danças no salão
Bailados pelo coração
De grão em grão
Te amo
Encarnações
Já nem me lembro
Quantas gestações
Para te achar
Rubriquei minha alma
Estou endividado até nos astral
Mais nada na dor me arrasta
Por tudo minha vida esvoaça
E para sempre em ti me perderia...
Quando me apareces pela porta
Emoldurada por prados e pinturas sinto que
Pincelaram por entre tuas asas
O meu anjo da guarda surreal
Guardião de meu único e eterno portal... O verdadeiro AMOR.