Vã
Toda sabedoria é vã
E se esvai na poeira,
Carregada pelos ventos,
Pelas frestas das madeiras,
Pelas trincas de portas...
Toda sabedoria é uma chave
Que abre mil portas, portais e umbrais.
E quando lá chegamos
Novos horizontes surgem,
Desafios mudos acenam em sua
linguagem mítica
O além tem seu dialeto transcendente
Perpétuo em reticências
Em palavras não-ditas
E malditas por serem imaginadas.
Os que temem a morte,
Nunca serão sábios...
Os que não vão até o fundo do abismo
De cada infinito instante
Tão mórbido e constante
Não conhecem nonada
Passam em vão e impunemente
Passam rente a uma tangente
Que corta o eixo do mundo
Mas no fundo,
vai dar em nada.