primeiro manifesto contra o existencialismo ou qualquer coisa do gênero.

não há realidade.

a busca mais incerta do ser é ao encontro do que é certo.

e o que é certo?

não há certeza.

não há há.

não há.

por quê?

não sei... porque não há.

e só isto já se basta.

as linhas retas do trilho não invadem minha casa.

as montanhas não são feitas de promessas.

e o meu peito não bate.

não bate.

não bate.

o cachimbo ainda continua aceso.

há ou não há cachimbo?

não há cachimbo.

isto não é um cachimbo.

e não teime em teimar que é porque não é.

cantemos a não existência da existência.

meros pedaços tornam a me dizer coisas indizíveis.

mostrarei o quão suave é a brisa que corre no campo.

não tem cor. não tem aroma. não há.

mas se revela de sua própria existência inexistente.

como não há?

não tenho tempo para explicar-lhe.

mas não basta. não há explicação.

se olhe no espelho de vez em quando, ora!

por que me persegues?

ontem cedo cortei o cabelo.

e o sol brilhava tímido.

se ele há? talvez.

eu não.

Rivaldo Júnior
Enviado por Rivaldo Júnior em 21/08/2012
Código do texto: T3842409
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