amnésia paquiderme

malditos elefantes, por que ainda se lembram de mim?

corrompe-me as veias dilatadas

dá-me teu último suspiro

o som, o grito, a arma de fogo

aquele carrossel bordado de elefantes

malditos elefantes, por que ainda se lembram de mim?

minha cara, teu suor

força bruta que se desfaz

e eu só

e só eu

meu retrato desbotado na parede

malditos elefantes, por que ainda se lembram de mim?

hoje aqui,

teu grito engole o tempo

os elefantes passeiam na tua face

zombam de mim

me perseguem! não aguento mais!

faço uma prece

malditos elefantes, por que ainda se lembram de mim?

Deus!

na noite mais escura

na noite mais longa

na noite mais fria

eu fui fraco

e condenado a carregar comigo esses elefantes...

os elefantes...

malditos elefantes, por que ainda fazem parte de mim?

Rivaldo Júnior
Enviado por Rivaldo Júnior em 14/08/2012
Código do texto: T3829488
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