TRES CORAÇÕES
Deus tinha que nos dar três corações
um pra sobreviver diante da saudade imaginária das desditas de nossas mais intimas e ignoradas confissões...
O segundo pra vivermos nossos erros sem compaixão
Como fazer a desembocadura dos poemas rabiscados
Em todos os lugares da estação...
Como guardanapos de papel, livros e noutras desembocaduras
revistas e vacuidades afins, e que estão constipados, presos e azedados nas solitárias das gavetas, sem “Habeas corpus” da liberdade passageira nos mares das ondas do prazer nunca naufragados como um Zéfiro sem as velas das páginas soprando, como um milhafre dos olhos preso á caça da leitura...
E o terceiro pra morrermos crucificados na cruz feminil dos braços apaixonados de uma linda mulher que na realidade transponho para gozarmos perenemente nos ermos eternos do descampado sonho...