Fênix
Andei sempre com velas estranhas
feitas de cera ou de pano,
ambas ao sabor do vento sucumbiam
ao alento de qualquer sopro insano.
A chama no castiçal flamulava
qual bailarina tétrica no pavio,
com alheios fôl(egos) dançava,
minha sombra tremeluzia por um fio.
Os panos da segunda inflavam,
à mercê dos suspiros eólicos,
eu flutuava sem bússola e com sol.
C(ego) sob o arrebol.
Atinei!
Ateei o fogo da primeira no tecido da segunda.
E enquanto assistia às velas moribundas
que em cinzas jaziam bem fundas,
Fiat lux!
Trincou-se a pedra filosofal!
Ovo eterno, Negra ônix,
Fênix ancestral,
ave de labaredas,
meu camafeu.
Quanto mais forte a ventania,
mais acesas suas asas:
Meu verdadeiro Eu.