Fênix
 

 

Andei sempre com velas estranhas

feitas de cera ou de pano,

ambas ao sabor do vento sucumbiam

ao alento de qualquer sopro insano.

 

A chama no castiçal flamulava

qual bailarina tétrica no pavio,

com alheios fôl(egos) dançava,

minha sombra tremeluzia por um fio.

 

Os panos da segunda inflavam,

à mercê dos suspiros eólicos,

eu flutuava sem bússola e com sol.

C(ego) sob o arrebol.

 

Atinei!

Ateei o fogo da primeira no tecido da segunda.

E enquanto assistia às velas moribundas

que em cinzas jaziam bem fundas,

Fiat lux!

Trincou-se a pedra filosofal!

Ovo eterno, Negra ônix,

Fênix ancestral,

ave de labaredas,

meu camafeu.

Quanto mais forte a ventania,

mais acesas suas asas:

Meu verdadeiro Eu.

Well Coelho
Enviado por Well Coelho em 09/08/2012
Reeditado em 09/08/2012
Código do texto: T3822255
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