Desatino
Minhas elipses mentais
Tangenciam o impossível
Brincam de ser trapezistas
De se lançarem ao nada,
Só para encontrar tudo no chão.
Minhas elipses mentais
Abarcam o mundo visível e invisível.
Imaginável e subterrâneo
Entram em frestas, trincas,
Arestas, cavernas e umbrais
Penetram no sólido momento
Da solidão vulgar
Do tempo presente e
As órbitas dessas elipses
Atraem todo tipo de poesia
Poesia de amor,
De tristeza...
A melancolia métrica dos suicidas
A dose extra
de sonífero e veneno
A espoleta,
O gatilho e
Enfim, o desatino.