Luar ao Avesso
Sou o tudo e o nada ao mesmo instante
sou calmaria e tempestade inesperada
sorriso escancarado num rompante
e lágrimas que rolam na face desolada...
Sou a bravura dos mares desconhecidos
espontaneidade é o meu eterno sobrenome
totalmente contra ilusões ou iludidos
mas refém da fantasia que me consome...
Sou forte, mas a fragilidade me persegue
desviando-me das peças pregadas pela vida
e num trôpego andar a minha jornada segue
sem pensar, sem apegos, expressão esbaforida...
Luar escondido entre espessas nuvens de sonhos
céu sombrio, brisa que sopra gélida no inverno
gargalhadas ecoam nos becos mais tristonhos
e num instante desabrocho do interno ao externo...
Mil anos passarão e não serei decifrado jamais
pois o mistério está intrínseco em minha essência
mas quem quiser me entender é assim que se faz
leia os meus versos e sinta a minha turbulência...