Salto inspirado
Chego aos pés do derradeiro cadafalso
E fico nas pontas dos meus próprios pés.
Inclino, olho, e junto o meu frágil corpo,
Me curvo e me dobro igual a uma colher,
Me lanço sem rumo sempre bem mais alto
Para começar, logo em seguida, a descer;
Não olho em nenhum momento para baixo
Porque sei muito bem o que eu devo fazer.
No instante que ocorre o meu voo solitário,
Aplaudam aqueles que conseguem me ver;
E num pequeno, simples e humilde átimo
Mergulho profundo no fundo do meu ser.