O Naufrágio de Tudo

As metrópoles estão em chamas, as ruínas o Caos louvam,

O Tempo, os livros, o conhecimento, todos se internaram no hospício

Insondável e inescapável do Vazio onde todas as coisas repousam,

Onde seu olhar é um útero em nossas almas de heresias e suplícios.

A vil inocência das crianças enforcam nos quintais seus familiares,

As mãos do Ceticismo rasgam a pele e as entranhas de cada ideia e teses,

e até os sons de cada palavra são eternos cadáveres no fundo dos mares,

Belo é o Progresso que esquarteja a evolução e as nações em fatias de fezes!

Somos os coveiros que enterraram os corpos de todos os deuses e crenças,

Nós: as ovelhas bastardas cuspidas neste cosmo absurdo pela Ilusão;

Nós, que estripamos a Liberdade com a faca de nossas volioções e indiferenças.

Tornando esta Existência moribunda numa mais excruciante doença,

A Morte e o Vácuo devoram todas as pérfidas humanas poetizações,

As Abstrações da mente se afogam nas lógicas gramaticais do que existir pensas.

Acaraú, 1h:44min da manhã.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 26/07/2012
Reeditado em 26/07/2012
Código do texto: T3797739
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