Pré-pó
 
Persiste afrontando-me em sustos
Ser-me-á crônico tal querer indesejado
Sem método, sem métrica e sem porquês
Em degredo, o segredo que não quis ser
Nem de véus e nem de nuvens cobri
Não colori ecos que sussurram doídos
Doidos para gritar o que já se cansaram de ser
E foi tão desprezado por mim, tão abandonado
E como cão errante, me seguiu pedinte de atenção
E dei-lhe a amorosidade espremida do eu pedra
Tudo que queria era que isso se fosse e me levasse
Agora experimento uma constância cansativa
A monotonia da coisa repetida me faz ser pré
Estou um pré qualquer a espera de um pós qualquer
Repito-me tanto e tantas vezes sem que me esgote
Por tragédia, me acúmulo de mim mais e mais
Nem me escoo um mínimo para que não venha implodir
Quem dera uma explosão me ocorresse por salvação
Mas só espero que tanto me baste que me imploda
Então, possivelmente, estarei acondicionada num pós
Hoje tolero um pré-pó numa espera do pós nada
Tudo é plenamente belo no planeta azul; dizem...
Rose Stteffen
Enviado por Rose Stteffen em 21/07/2012
Reeditado em 21/07/2012
Código do texto: T3789255
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