http://youtu.be/SgKoBmQ8r80

 

 

 

 

 

 

 

Mata-me !

E minh’alma abafada sussurrou, estranho jeito...

Que,sedenta de um fio da ventura em doce pranto,

Posto que,do amor em estio,vira sonhos desfeitos,

Quedava,pois,na dor do mais profundo desencanto!
 

Esquecida,deixou-se ficar num poço mais profundo.

Onde,ainda assim,ouvi-las ficava ,à custo das estrelas.

Contudo,ocultaram-lhe a visão, angustias do mundo,

Gritou a Deus:-”Mata-me,não consigo entende-las!”
 

E Deus,indiferente,parecia distante, imenso deserto...

Que minha alma enlouquecia, rogava de sua clausura.

“Conduza-me,se quiseres,pois,a miríades de infernos

Projeta-me,qual caído astro de tua vertiginosa altura”!
 

Sem mais apelos,então,rendi-me ante a final derrocada,

Aquele dia,era linda noite de Natal,quando ouvi o canto

Percebi que rubra camélia,incerta, estava desabrochada.

E dançando entre nuvens,Deus mostrava-me o encanto...
 

De tamanha ventura,que por certo,ainda,não conhecia,

Minha alma inebriada ultrapassou meu entendimento...

Tornou meus lamentos em puros folguedos de fantasia!

Ouvi , longe,estranho risinho que vinha do firmamento...

 

 

 

 


http://youtu.be/SgKoBmQ8r80