É necessário que eu me livre de um vicio...
Que me consome...
Que me ocupa o tempo...
Que me deixa flutuando em devaneios...
Então hoje vou me despir dos versos
E largá-los na cama.
Ficarão dormindo
Enquanto vou partindo.
Quero esquecê-los
de uma vez e sair por aí...
Sem rumo, mas com os pés no chão.
Deixo as letras soltas, que fujam para onde quiserem.
Deixo-as dispersas a serem levadas pelo vento...
Que explodam ou evaporem no ar! Não importa.
Só não quero encontra-las mais nas nuvens
Dos meus pensamentos.
Matarei este vício de inspirar e expirar poemas.
Arrancarei fora a poesia de minha pele
E as jogarei sobre um papel pra ser incinerada.
As cinzas, soprarei ao mar,
pra que não venha a me tentar na crise de abstinência e
me façam voltar a escrever.
Dos poemas eu fujo,
Mas me pergunto;
Sem eles, como poderei sobreviver?