Equilibrista de plantão
Uma bailarina cega
rodopiando no lustre
que cai e morre
Um pedante preso
por cenas obscuras
e verdades claras
Veio
com um ar de fada
e assim criou o nada
e um guarda chuva branco
que ele guardava
Um suspiro ao longe
chuvisco no pé molhado
Podia jurar que ouvi algo
da mariposa alada
ou seria
da joaninha na escada?
Veio um sussurro forte
e uma breve gargalhada
de um menino mudo
que jura não ter fumado nada
Um pequeno mundo
e escadas flutuando
enquanto o ócio se confunde ao vácuo
ele sai voando
nas asas do burro alado
Triiiim fez o relógio
Acorda, lava a cara!
O lustre continua no chão
E fios dependurados