A FRESCA DA TARDE

Chega linda e sorridente

Sem aviso e sem alarde

Em meio ao cruel mormaço

De um quente final de tarde

Moldando em minha retina

As traquinices do capeta

Nas asas de um redemoinho

Onde vejo tal silhueta

Cantam cigarras quebrando

A monotonia em solfejos

E uma flor desabrochando

Me atiça infindos desejos

A natureza em gestação

A vida passando calma

As nuvens versos celestes

Bailando no céu da alma

E o lago plácido assiste

O mundo em sua evolução

Sentindo o frescor da brisa

De uma tarde de verão

Pois no primor da criação

Este quadro se descortina

E o sol se ajoelha em prece

Sumindo atrás da colina