O MACHISTA..

Tua vida, tantas aventuras..

Quantas fêmeas te seguiram

E livres, nuas, te serviram...

Loucas, febris, vulgares

Tu as tinha, servis, em todos os lugares.

Insaciável, tocava-lhes a pele;

Alucinado mordia-lhes pelo..

E eu me divertia, escondido, ao vê-lo..

Cortejando as catecúmenas jovens fugidias,

Que, assustadas, de certo, com tua valentia,

Corriam, se pudessem...

Se não, te ofendiam...

E quanto mais tolos esforços faziam,

Mais atrevido e intrépido tu ficavas.

Arredio, arrogante, másculo, feroz,

Assim tu as amava!!!

Pobres virgens frágeis, violentadas,

Limpando das ancas, das carnes marcadas,

A passagem ardente, fulminante e rubra

Do amor coagulado, riscando-lhes as pernas escorridas,

O corpo cansado, as resistências vencidas...

Tu, oh nobre símbolo do machismo,

Morreste glorificado e compreendido

Por tua imensa chama e ávida paixão..

Descansa em paz,

Meu amigo, Meu cavalo,

Meu querido garanhão!!!

(Tadeu Paulo - julho/1985)