PONTO FINAL


Eu não sabia que eras assim.
Esse vento cheirando a folhas secas,
esse sorriso aberto sobre asas podadas,
esse gosto por mariposas ao invés de borboletas.
Desconheço o que em mim te confiou
o sorriso
para dares a quem não o tem.
Acho que nao te conheci.
Conheci ninguém.
Tão frágil é o carrinho de lembranças.
Ateamos fogo nele
e  somos novamente crianças.
E assim, felizes de novo,
enredamos os bobos
numa nova teia de esperança.



(Direitos autorais reservados).

Imagem: Anze Bezuidenhout (FB)


"Eu escrevo apenas. Tem que ter por quê?"  (Paulo Leminski)