Abusada
Não conheces sequer um cômodo meu.
Não fostes jamais, além das soleiras de minhas portas.
Talvez espiastes-me por alguma janela que, descuidado,
deixei entreaberta ou frestas...
E alardeias saber tudo de mim?
Dizes aos quatro ventos, em alto e bom som, que
conheces meu começo, meu meio e meu fim...
Como assim?
Se nem eu sei-me direito, por completo...
Tenho corredores que não percorro, quartos trancados,
aposentos onde não entro...
Ousadia tua, dizer conhecer partes minhas
que até eu desconheço.
= Roberto Coradini {bp} =
08//07//2012