SEM RIMA 244.- ... Códice calistino ...

Publicado em www.publico.pt (desculpem a redundância) hoje:

"Desaparecido há um ano.- Três detidos por suspeita do roubo do 'Códice Calixtino' na Galiza (04.07.2012 - 09:12)

"A polícia espanhola deteve na terça-feira um ex-trabalhador da catedral de Santiago de Compostela que, segundo fontes próximas das investigações, terá sido o autor do roubo do 'Códice Calixtino', dado como desaparecido há um ano.

"O 'Códice Calixtino', ou 'Codex Calixtinus', é um livro do século XII e tem um valor incalculável. O manuscrito estava guardado numa caixa forte no arquivo da catedral e o seu desaparecimento tinha sido considerado um dos mais graves cometidos contra o património histórico e artístico espanhol.

"Sabe-se que o homem agora detido levou a cabo trabalhos de electricidade na catedral durante vários anos, até que foi despedido pela igreja, quando esta regularizou a situação laboral dos seus funcionários.

"A polícia deteve igualmente a mulher do trabalhador e o filho de ambos, alegados cúmplices no crime de roubo.

"A polícia espanhola – que está no encalço destes suspeitos há vários meses – levou a cabo rusgas a duas propriedades da família, uma na Crunha e outra em Ponte Vedra. Nestas propriedades foram encontradas, segundo a EFE, moedas e objectos procedentes da catedral, bem como uma “elevadíssima soma em dinheiro”.

"O 'Códice Calixtino' não foi, porém, encontrado até ao momento. O diário espanhol El País refere, no entanto, que o livro deverá ainda estar em território espanhol e que não há notícia de ter ido parar às mãos de traficantes internacionais de arte.

"De acordo com o mesmo jornal madrileno, quer o ministério público quer a polícia estão inclinados para a teoria de que o roubo do Códice tenha sido uma “vingança pessoal” do trabalhador depois de este ter sido despedido.

"O trabalhador não disse ainda onde está a obra, e terá inclusivamente afirmado – segundo a agência EFE – que quer receber 40 mil euros pelo objecto, supostamente a quantia que lhe ficaram a dever pelos trabalhos realizados na catedral.

"O 'Códice Calixtino' desapareceu há praticamente um ano, a 5 de Julho de 2011, e é considerado a jóia da identidade galega. O livro, apesar de valiosíssimo, carecia de um seguro próprio.

"Após o roubo, o cónego da catedral, José María Díaz, explicou que existia um seguro geral para a igreja mas não um seguro específico para o exemplar roubado.

"Até ao roubo, o 'Códice Calixtino' apenas tinha saído da catedral, mas nunca de Santiago da Compostela. Depois destas duas saídas, a Catedral optou por expor uma reprodução da obra, protegendo o original na caixa forte.

"O 'Códice Calixtino' descreve pela primeira vez os detalhes de várias das rotas do Caminho de Santiago, com informação sobre alojamento, zonas a visitar, património e objectos de arte que podem ser conhecidos. Um relato que, nove séculos depois, continua nos dias de hoje a ser citado e ainda serve de referência para alguns dos locais percorridos pelos peregrinos.

"Elaborado entre 1125 e 1130 – depois manuscrito em 1160 – o texto ficou maior do que o inicialmente previsto, acabando por contar com participações dos principais escritores, teólogos, fabulistas, músicos e artistas da época, tendo que ser dividido em cinco livros e vários apêndices, entretanto reunidos, já no século passado, num único volume."

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Estranha notícia: a polícia espanhola começa

a esclarecer um roubo no património espanhol...

Mas é na realidade património "espanhol"

o chamado "Codex Calixtinus"?

Segundo está a ser cada vez mais comprovado,

apenas é património exclusivo da Igreja Católica

universal, quer dizer, romana, nem da "España"

nem, menos ainda, da Galiza...

(Pobre Galiza, não deves

chamar-te nunca espanhola,

que Espanha de ti se olvida

quando és tu, ai!, tão formosa.

Qual se na infâmia nasceras,

torpe, de ti se envergonha,

e a mãe que um filho despreza

mãe sem coração se mostra.

denunciava Rosalia Castro, nos seus "Cantares

Galegos" (1863), no poema "A gaita galega",

"Resposta ao eminente poeta D. Ventura

Ruiz de Aguilera", que escrevera uma poesia

do mesmo título, mas em castelhano...)

Contudo, no reino bourbónico, como talves noutras

partes, essa Igreja, universal de nome,

é radicalmente nacionalista "espaÑola", sobretudo

na Galiza, mãe, hoje prostituída, da Lusofonia.

E, como grande colaboradora do nacionalismo

"espaÑol" radical, recebe do reino

benefícios de toda a ordem,

económicos principal-

mente, para a

hierarquia

e ache-

ga-

d

o

s

.

.

.

O citado "Códice caliStino" (do grego "Kállistos",

formosíssimo) parece ter sido manuscrito

na França ou por monges franceses:

Portanto, nem galego seria...

Seja como for, evidencia ordens e tempos

passados, hoje já inexistentes... ou quase,

mas "paridores" dos confusos atuais:

É triste lição da História, mestra de Vida

e de Morte, o facto de dirigentes hodiernos

não aprenderam quase nada dos passados.

(A que hoje dizem "governança" pouco tem

a ver com o governo, mas apenas

com o desgoverno repressivo.)

Mas voltemos

ao "Códice caliStino" e aprendamos

a peregrinar, sob a sua guia, pela Via

Láctica até o centro nevrálgico

da heresia priscilianista,

cerne de Galeguidade

e consequentemente

do ser lusofónico.