DEGRADAÇÃO
Na impureza de minhas palavras
Escrevo para ti.
Minha nobre senhora
Que de tão doce e valente
Tornou-se em meu ver
Uma mulher qualquer,
Aproveito-me de tua beleza,
Embriago-me em tua cama
Censuro tuas falhas
Torno-te grotesca
E já não posso te amar
Sem trair-me em pensamentos,
Sua inconstância é suicida
Sou grosso e transfigurado
Mas, gosto de ao seu lado
Importunar minha mente vazia
Com um possuir soberbo
De seu corpo no meu,
Sem ti minha senhora;
Sou um simples urbano comum,
Mas, contigo um selvagem popular
E profundo mágico cardecista.
Louvo-te dum amor irregular
E só possuo-te;
Pelo silencio de me encarnar em ti.