CABEÇA no PESCOÇO

bem vindo ao tempo em que centopeia era carro de guerreiros/

bem vindo ao castelo do último vampiro associado ao último dos dragões/

bem vindo ao amor do amor amado na chama louca

dos compassos sussurrado pelo deus dos relâmpagos clamados/

bem vindo à torre em que o pirata espreita

o sono povoado da princesa, sabendo: conto de fadas

é armadilha e só o otário espera compreensão/

bem vindo, sobretudo, à terra de uma política tão incorreta,

que dizer o que pensa é obrigatório na luta pela vida

que mantém a cabeça no pescoço

porque restou além do cachorro e da moeda

o silêncio dos amores sobreviventes ao alvoroço