SEM RIMA 213.- ... sagração ...

Os reis eram consagrados e coroados. Os papas eram consagrados e coroados. Óleo divino, como caído do céu, sagrava-os. Ouro rotundo coroava-os...

Em particular os reis francos... "[O]s dois gestos, unção e coroação tornaram-se quase inseparáveis. A unção tornou-se um ato santificador por excelência. A partir desse evento, as cerimônias da sagração passaram a ocupar um lugar de destaque, visto que, no imaginário popular, eram delas que os reis recebiam a sua marca divina. Esse caráter

sagrado dos reis permaneceu sobre os espíritos dos homens por longo tempo, dotada de uma força afetiva que agia, incessantemente, modificando-se diante das novas condições políticas e religiosas"...

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Acabo de ler na rede e penso:

Então o povo submetia-se aos consagrados

por serem sagrados pelo óleo bendito.

O povo obedecia com atos sublimes de fé...

Hoje o povo igualmente obedece

sem a sagração prévia dos governantes:

Com certeza o povo hoje tem muito mais mérito

do que o povo medieval; tem fé maior, quase absoluta...

Quem disse "deus é morto"?

Errou gravemente: o povo ressuscita

o deus, os deuses, também por vezes as deusas,

cada dia, cada hora, cada minuto, cada segundo...

Entrementes os deuses ressuscitados,

nem sempre governantes nem mercadores,

assassinam a fé do povo e de passagem também

os seus cérebros, os seus corações, as esperanças

e militarmente os corpos e o futuro:

mercê da fé popular...