Anti-horário

Eu vou nos sentidos contrários dos ventos

e abro os oráculos nos espelhos das águas.

No anti-horário

do infinito de minhas asas

rasgo tudo o que é contínuo e perfeito.

No escuro dos céus e das brumas silvestres

caminho nu e invisível.

Estendo as mãos aos amantes

e transformo poesia em dor.

Nas horas anti-horárias

observo em silêncio a hipocrisia humana.

A língua dos homens que fere

e trai a verdade escondida

nas linhas ciganas das vaidades.

E nas horas mais longínquas anuncio os sinos da morte.

Queira, por favor, me dar as mãos?

Chegou a sua hora de regressar aos labirintos dos eternos mistérios da alma.

Verônica Partinski
Enviado por Verônica Partinski em 17/06/2012
Código do texto: T3728494
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