ATRIUM
"...os barcos navegam ...os peixes do rio saltam diante de Ti...Teus raios se infiltram nas profundezas do mar..."
(versos de Amenófis à Aton)
No espéculo do grande vitral,
o Átrio, onde gravitam
pelas abóbodas
esferas de letais rastros,
vergam-se os escaravelhos
rolando os sóis-astros,
enquanto a luz reescava-se mumificada
pelos véus da argila.
Em conchas de fumaça
fervem os redemoinhos da alma,
e o corpo trescala o bouquet sob o esterco
de pétalas nacaradas.
O coração e os ossos só podem ser lapidados
pela graça,
enquanto ruge a fera
o vento expele da pele, a traça,
e o escaravelho renova o sol,
girando-o a cada dia,
sob a pálpebra do horizonte!
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