Sem alma
Minha alma profilaxia despercebida não notou o perigo que se aproximava, tirou as amarras da preocupação e mergulhou sem saber se voltaria, me deixando a esperá-la, sem nem ao menos se preocupar com o que aconteceria a mim.
Então, atormentada pela falta de notícias e pelo descuidado para comigo, resolvi despir-me e não mais depender dela.
Retirei cuidadosamente as sapatilhas dos meus pés e pude sentir a terra úmida me acalentando; vorazmente inundada desse novo sentir arranquei as luvas e pude tocar meu rosto, e arrancando então a venda que cobria meus olhos e os abri pela primeira vez, deixando rolar uma lágrima sobre a face; Pois me emocionei, sim me emocionei e aos poucos chorei até chegar ao berro, que saiu da minha boca alto e ensurdecedor pela primeira vez.
E pude sentir meu corpo por dentro e por fora, pois me despi de toda sociedade hipócrita que atormentava minha conduta.
Sem alma vaguei por ai sendo eu mesma, pois não temia nem o Sim nem o Não.
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