Cedo para um domingo,
Caminhei sem pressa pela rua Júlio,
Rua calma, de poucas dezenas de metros,
Calçada; por sextavados de concreto,
Entremeados por trincheiras,
De onde a grama dispara seu verde queimado...
Andei, sem pensamento algum,
De encontro ao vento terral,
Ouvindo os pardais que sem noção de fronteiras
Pululam de muros em muros!
Neste frescor de caminhada,
Dei por conta que a poesia que me entretinha se fora!
Eu não consigo entrelaçar uma rima que seja,
Por mais que eu queira,
Nada me vem em musicais molduras.
Deixei de entrelaçar palavras,
Por mais beleza que eu veja;
Por mais ternura que eu experimente,
Eu não tenho mais, poesias a minha porta.
Tenho apenas o carteiro e sua concreta frase:
Nada para o senhor hoje!