Sonhos despencado nos papéis
Bem ao longe, onde não posso tocar
Eis meus sonhos envoltos por nuvens
Que estufadas querem desaguar
Em paisagens, minhas miragens.
O tempo rebelado solta os sonhos
Que despencam livres nos papéis
Espalhados em versos risonhos
Casa rimas e formam cordéis.
Nesta transformação de desejos
A pauta em branco vira mar
Neles navegam meus anseios
Letras são bússolas a me guiar
Meu real transformado em ilusões
Calafrios revertidos em enlevos
Rabiscos, desenhos, mutações
Sonhos que matam pesadelos.