O TeMPo das CoiSaS
Os segundos em fila indiana
Serão passados um a um
Nas sombras dos ponteiros em dias iguais,
- Cotidianamente -
Sem a conta que se dá ou repara
Os segredos em fila indiana
Serão descobertos um a um
Nos soluços das emoções descontidas,
- Estupefactamente -
Sem a conta que prende e oprime
Os mistérios em fila indiana
Serão decifrados um a um,
Nos pensamentos produzidos,
- Descomplicadamente -
Como fruto amadurecido no pé
Os amores em fila indiana
Serão vividos um a um
No êxtase da maior paixão,
Na prova do amor pleno,
Na tristeza do último aceno
Ó Deus que se deu,
Da sílex ao silício
Ao homem escolheu
Da sobriedade ao vício
Colocou ordem nas coisas
Cada pedra em seu lugar
Fez com que assim fosse
Pra só depois descansar
Mas, minha desordem em mim,
Desafia qualquer ordenança
Meus sonhos não têm idade
Segredos emanam liberdade
Mistérios são frutos em morte
Meu amor seu renasce em sorte