FEIRA DAS EMOÇÕES
Juliana Valis
Queres comprar o quê, meu bem ?
Meia dúzia de alegrias,
Três litros de encantamento,
Quatro embalagens de emoções vazias,
Nas feiras que vão além do vento ?
Queres pagar como, meu bem ?
Em três vezes sem juros no cartão da vida ?
Em cheques sem fundos que o sentimento tem ?
Tu sabes que essa feira já tão perdida
É um comércio que apenas vende o que ninguém
Pôde, pode ou poderá comprar !
Não, não me faças crer que o amanhã virá
E repetirá os mesmos erros de tantas outras eras
Nos vis deterros além de ti, do mar
Habitado pelos consumistas das vis quimeras...
Não, por favor, não me faças crer
Que o tempo é cíclico até na tempestade
Que dilui no ódio a sensação de ter
A impagável cor cujo vento invade
O sonho de ir além da chama...
Só me digas o que a luz declama
Além da falsidade capitalista em si
E, assim, talvez o êxtase de quem só ama
Possa provar que não há preço pra emoção que ri...
---
Quadro de Henri Matisse
Juliana Valis
Queres comprar o quê, meu bem ?
Meia dúzia de alegrias,
Três litros de encantamento,
Quatro embalagens de emoções vazias,
Nas feiras que vão além do vento ?
Queres pagar como, meu bem ?
Em três vezes sem juros no cartão da vida ?
Em cheques sem fundos que o sentimento tem ?
Tu sabes que essa feira já tão perdida
É um comércio que apenas vende o que ninguém
Pôde, pode ou poderá comprar !
Não, não me faças crer que o amanhã virá
E repetirá os mesmos erros de tantas outras eras
Nos vis deterros além de ti, do mar
Habitado pelos consumistas das vis quimeras...
Não, por favor, não me faças crer
Que o tempo é cíclico até na tempestade
Que dilui no ódio a sensação de ter
A impagável cor cujo vento invade
O sonho de ir além da chama...
Só me digas o que a luz declama
Além da falsidade capitalista em si
E, assim, talvez o êxtase de quem só ama
Possa provar que não há preço pra emoção que ri...
---
Quadro de Henri Matisse