Casulos Rompidos
Beije os significados abstratos de tuas ações tão viris,
Perante as mãos do Oleiro que choram tuas rendições;
Os corpos desvanecidos dos Livros para quem não sorris,
E tua alma se martiriza em tuas aporéticas contradições.
Adormeça e hiberne nos braços decepados da volúpia de teu casulo,
Pois há um abismo entre tuas ideias e suas dúbias representações.
Enxerta-te no Samsara do Irreal³, do Plausível², e das Sensações;
Sejam os trovões do futuro, sejam os relâmpagos do que não formulo!
Este torpe teatro de sombras bípedes com suas máquinas abstratizáveis,
Neste tumulto calado de gorjeios pictóricos de verbalizações filosóficas
Ainda respinga sangue nos vespertinos jornais impressos reutilizáveis.
Dançai ó Agonia nas glebas neurais do Empírico e do Ilógico!!!
Adentrai nas noturnas palavras inebriadas de cicutas impensáveis,
E o Banquete festeja nas vísceras do Pai decapitado pelo filho pródigo.
Gilliard Alves Rodrigues