O Relatório

Eles pelejam por meras abstrações,

Donde concretizam as inimizades;

Um simples divergir, suas opiniões,

Incendeia ambientes, em ocasiões,

Que errados afirmam ter a verdade...

Escolhem airosos seus governantes,

Como se todos fossem gente sábia;

Então,o depois, emporcalha o antes,

Domam, os domadores de elefantes,

A força dos fracos é somente lábia...

O governo proíbe de explorar o jogo,

Vendendo uma dezena de loterias,

Acena pra muitos o ímpar desafogo,

O que acredita fala como demagogo,

Prometendo o quê, ganhando, faria...

Vendem promessas em nome da fé,

iludidos compram supostas bênçãos;

vendedor é vigarista, o outro, otário é,

aquele ludibria e depois dá no pé,

enganados seguem, almas propensas...

dizem que vige a vontade da maioria,

mas privilegiam direitos particulares;

O culpado, se quiser, ante a lei silencia,

O ébrio motorista, em plena luz do dia,

Trata autoridades como se vulgares...

Prendem somente ladrões pequenos,

Os grandes roubos, parecem mérito;

chamando “arte” aos gestos obscenos,

desafiam assim, sem mais nem menos,

valores e vergonha, ficaram no pretérito...

Esse é meu relatório, caro comandante,

e tem mais do mesmo, infelizmente;

aí o ET chefe vacilou por um instante,

e disse resignado, o jeito é seguir adiante,

até que encontremos, vida inteligente...