O afogado

 Neste meio infinito, onde as ondas se dilatam,
na ânsia de apoderar-te,
tua alma te abandona,
desventurada pela impotência de teu corpo.
És torturado, até que teu corpo, já sem vida,
é levado para o fundo.
 
É chegada a noite,
o reflexo da lua brilha no mar.
 
Pois é, Ambrósio!
Quiseres ser mais forte,
do que tua alma poderia suportar.
E agora, olhe o que restou de você!
 
Foste devorado pelos famintos,
e esfacelado pela tua teimosia.
O mar está suspirando aliviado,
venceu mais uma de suas batalhas.
 
Enquanto tu estás chorando,
por estar preso,
a um mundo,
tão diferente do teu.
Fernanda Goucher
Enviado por Fernanda Goucher em 17/05/2012
Reeditado em 11/02/2024
Código do texto: T3672803
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