O afogado
Neste meio infinito, onde as ondas se dilatam,
na ânsia de apoderar-te,
tua alma te abandona,
desventurada pela impotência de teu corpo.
És torturado, até que teu corpo, já sem vida,
é levado para o fundo.
É chegada a noite,
o reflexo da lua brilha no mar.
Pois é, Ambrósio!
Quiseres ser mais forte,
do que tua alma poderia suportar.
E agora, olhe o que restou de você!
Foste devorado pelos famintos,
e esfacelado pela tua teimosia.
O mar está suspirando aliviado,
venceu mais uma de suas batalhas.
Enquanto tu estás chorando,
por estar preso,
a um mundo,
tão diferente do teu.