Ciclo Surreal da Natureza Morta Frente a Meus Olhos (Tristes Olhos Tristes!)

Hoje vou passear

Num céu negro de emoções.

Contrariando as regras

Sorrir.

Espermatozóides passeiam livres

Dos meus olhos nascem flores

Tristes

Raios e trovões

Em mim...

Ser quem sou resulta numa confusão

De idéias

Metáforas

De companhias

E solidão...

Um homem observa tudo

Vejo-o não me ver.

E o Eu observa

A vida que se realiza

Num fenômeno,

Em minha frente

E, incessantemente

Corações partem-se

E unem-se

Com partes de outrora

Nesta hora

Realizo-me

No ápice do que não entendo

Do que é invisível

Palpável

Mutável

Volátil...

Fugaz.

O tempo voa...

Mil anos...

Mil letras...

Mil linhas...

E volto ao zero

A tudo que tinha:

Um minuto uma linha...

(hoje vou passear

Num céu negro de emoções!).

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* Esta na verdade foi escrita quando tinha 15 anos,

após pintar um quadro surrealista em um pedaço de cedro.

As imagens da qual o texto fala,

são as mesma presente no quadro.