INFERNO
Minha pele está se abrindo
minhas veias estão partindo
o sangue cai por entre meu corpo
até ao chão
Bolhas de fervura explodem
em meio ao sangue fervido
no piso do inferno
Aos poucos minhas unhas vão caindo
deixando feridas em volto a sangue e pus
consigo expressar a dor massacrante que me domina
com apenas um soprar com dificuldade
Em minha mente nevam brasas!
Por entre a escuridão pavorosa
repousa o obscuro
sonhando com minha decadência
minha derrota e a esperança morta
Aos poucos a pavorosa Dama-da-noite
reponta-me com sua foice infernal
gélida nesse infinito calor
Estou em total fim
esse fim que não acaba
"descanse em paz"
aqui não existe
Tropeço nos milhares de corpos
em agonia ao chão
pedindo socorro com seus olhos
que não lagrimam mais,pois,
o calor é intenso
Estou em carne viva
morrendo carnalmente
e minha alma
sendo torturada por desordeiros
Olho em volta,em cima
em baixo,a procura da tão falada luz
mas,agora o que vejo
são larvas vulcânicas
devorando meus pés
naum adianta resistir
naum adianta se entregar
o caminho escuro
iluminado apenas por pedras-brasa
já está trassado...
Vou fazer o que todos fazem
agonizar com gritos surdos
e olhar o sofrimento alheio
nesse infernal lugar.