INFERNO

Minha pele está se abrindo

minhas veias estão partindo

o sangue cai por entre meu corpo

até ao chão

Bolhas de fervura explodem

em meio ao sangue fervido

no piso do inferno

Aos poucos minhas unhas vão caindo

deixando feridas em volto a sangue e pus

consigo expressar a dor massacrante que me domina

com apenas um soprar com dificuldade

Em minha mente nevam brasas!

Por entre a escuridão pavorosa

repousa o obscuro

sonhando com minha decadência

minha derrota e a esperança morta

Aos poucos a pavorosa Dama-da-noite

reponta-me com sua foice infernal

gélida nesse infinito calor

Estou em total fim

esse fim que não acaba

"descanse em paz"

aqui não existe

Tropeço nos milhares de corpos

em agonia ao chão

pedindo socorro com seus olhos

que não lagrimam mais,pois,

o calor é intenso

Estou em carne viva

morrendo carnalmente

e minha alma

sendo torturada por desordeiros

Olho em volta,em cima

em baixo,a procura da tão falada luz

mas,agora o que vejo

são larvas vulcânicas

devorando meus pés

naum adianta resistir

naum adianta se entregar

o caminho escuro

iluminado apenas por pedras-brasa

já está trassado...

Vou fazer o que todos fazem

agonizar com gritos surdos

e olhar o sofrimento alheio

nesse infernal lugar.

Daniel Erbon
Enviado por Daniel Erbon em 31/01/2007
Código do texto: T365343