Poema de Inverno
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A flor que nasce,
não vê o arrebol.
Não piscam os olhos da moça
apressada indo para a missa.
Os gatos não dormem,
fogem das casas.
Lambem os dias,vagarosos
e frios.
Não passam mornas
as águas dos rios.
Formigas acordam entre folhas;
Nas calçadas,roupas amassadas.
Nas esquinas,as telhas e os copos,
os bêbados quebraram.
{As janelas não abrem para a rua}.
Nas paredes,
as lagartixas zombam dos besouros
mortos à míngua,na língua das cobras.
Passa o sol num estalo de dedos.
Os poetas gargalham,
rasgam as horas.