Poema de Inverno

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A flor que nasce,

não vê o arrebol.

Não piscam os olhos da moça

apressada indo para a missa.

Os gatos não dormem,

fogem das casas.

Lambem os dias,vagarosos

e frios.

Não passam mornas

as águas dos rios.

Formigas acordam entre folhas;

Nas calçadas,roupas amassadas.

Nas esquinas,as telhas e os copos,

os bêbados quebraram.

{As janelas não abrem para a rua}.

Nas paredes,

as lagartixas zombam dos besouros

mortos à míngua,na língua das cobras.

Passa o sol num estalo de dedos.

Os poetas gargalham,

rasgam as horas.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 03/05/2012
Código do texto: T3646640
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