Réquiem
Oh outono, vele este corpo brusco
Enaltecendo o perfume do helianto,
Carminando e pejando com enântico
O lume astral do inefável noctâmbulo.
Estio, entorpeça com haustos cálidos
Acidulosos vinhos mortuários,
Inebriando o verdugo torvo
Com o veneno das rosas pérfidas.
Pulcra floresta, dai-me o alento,
Para não regar as lascívas searas
Com minhas lágrimas contristadas.
Inverno alabastrino; sublime palor,
Trazido do pélago o austro ardor
De nimbos austeros com mãos suntuosas
Acalentando o corpo, confortando a alma...
Deitem o condenado num berço de ébano
Próximo ao vale edênico do crepúsculo.
Não cubram seus ouvidos com seda e flores
Pois estará atento ao coral dos anjos e seus tenores.