O criticista

Irei descer tocando uma sineta

e no inferno abraçar demônios,

subir e bater nos portões do céu

para balburdiar o imenso bordel.

Libertar-lhe-ei de sua guarda, meu querido Cérbero,

para farejar os tesouros nas tumbas

daqueles que vieram carregados de seu sádico império

e definhar os corpos embotados de maldades oriundas

de um povo subsidiário a seu clero.

Tenho o poder em minhas mãos,

posso voar como Icarus e alcançar o sol.

Olho para tudo que já fiz

enquanto Cronos balança sua ampulheta

e então sorrio feliz.

Definitivamente,

não é o norte ou o sul,

nem o leste ou o oeste,

é no centro que quero estar,

ter todas as direções

e deixar a razão me guiar.