Etérea nau

Saberia eu a proa

qual rumo voar em terra

nessa nau nostálgica

sob Sol, névoa, garoa,

numa complexa quimera?

É a sombra da espera

à luz da vigente trava

...línguas? portas? ruas?

apenas travesseiros de luas,

no rotor fisiocrático ecoava

o simbólico som das ruas,

é o tornado da veia cava

reciclando o óleo do pastel,

no ato falho do pulo do gato

a ceifar, hepático, Prometeu,

e, de repente, o repentista,

um engraxate, meu sapato,

cantoria, chapéu, cordel,

a voz me convoca, altruista:

"é céu, mar, campânula e bisel,

o bardo e a cura de fogo

na terra do coronel"...

Saudade é verbo que o jogo

de xadrez errante não quebra

quando a raiz sob uma pedra

pedir ao cordão umbilical

um quê de lenço filosofal...

Niedson Medeiros, 03 de abril de 2012

Dr Niedson Medeiros
Enviado por Dr Niedson Medeiros em 03/04/2012
Código do texto: T3593157
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