Nada ficou no lugar
Juntando toda caminhada
Os frutos que apanhei no caminho
A doçura que bebi do vinho
A saliva que colhi da boca perdida
O colo que ganhei na noite escura
Nada mais ficou no lugar...
Nem mesmo a confusão que reinava
Perdi o trem naquele dia inteiro
Afundei o navio e não voltei ainda
Naufraguei naquela ilha efêmera
Insólito caminhar de pedras e rios
Ancorei no meu refúgio interno
Tentando me salvar do inevitável
Nada mais ficou no lugar...
Só eu, eu ainda estou lá
Negando a existência
De um novo amanhecer.