Espectro
Quem disse que ainda vivo?
Se corre sangue nas minhas veias
É porque insiste em caminhar vazio
Num rompante forçado de ternura
Onde não mais sinto ausência tua
Nem quero lembrar a saliva que te dei
Foi descuido desse coração cigano
Que mesmo em face de todo engano
Tem vida própria e não me obedece
Esqueça tudo o que passou de noite
Não foi nada pra mim acredite
Não passou de um grande açoite
De um vendaval que não contive
Como minhas manhãs são escuras
Nem me faz falta o teu tato
Absurdamente morno e quente
Nem teus beijos roubados não lembro
Dos suspiros trocados sem querer
Esqueça meu cheiro em você
Esquecerei um dia ter vivido