Finitus

Não tenho forças senhora

Para mim tudo acabou

Amarras demais prendendo meus braços

Tudo acabou

E tão frio

Tão longe

E dói

Agora acabou

Meu desejo e uma doença que consome espíritos

Tão fracos e incautos

Tão sujos e impuros

Eu sou o vento uivando pras arvores cansadas do sul

A relva incansável na sombra

Crescendo para cobrir ou julgar...

Estou alem das ultimas palavras do mundo

Do ultimo grito esquecido

Alem do fim da canção

Aqui onde todo o começo e breve

Uma terra de prelúdios e alvoradas

Desembocando desiludidos num eterno crepúsculo

Com lapides pacientes e inexpugnáveis

O que você pensava que fosse a verdade?

Senhora isto e um mito

Como o são os unicórnios

Em meu estado selvagem de jovem sem medo eu já entoei canções

E devorei medos

Mas não busquei verdades

Essas eu sei são difíceis demais

E são o fim

Há um lugar onde estaremos calados

Sem risos ou gritos

Sem razoes ou tristezas

Sem por quês

Senhora eu sei do destino que me impele para La

Pois isto e redenção e castigo

E o ultimo umbral

O maior

O eterno

A morada da verdade e cinza como chumbo frio

É gélida

Só no sepulcro e no silencio e que repousa a verdade absoluta

Um preço alto demais

Um negocio sem escolhas

Uma constatação

Acabou.